Qual é o centro da sua vida?


O que leva alguém a escolher e, quase como uma ideia fixa, perseguir obcecadamente um determinado cargo na Administração Pública? O sujeito pode passar em mil concursos, mas não se sente plenamente realizado enquanto não chega naquele que é o objetivo final, a meta suprema. Formulando tudo isso de outra forma: quais as motivações que fazem, por exemplo, alguns sonharem obstinadamente em ocupar o cargo de Auditor-Fiscal da Receita e não de Auditor-Fiscal do Trabalho (e outros tantos vice-versa), mesmo o salário sendo exatamente o mesmo? Ou o que leva o indivíduo a ambicionar de forma ardente e inflexível o cargo de Procurador Federal, e não estar nem aí para o de Advogado Geral da União, mesmo com remuneração idêntica? Que mistério há por trás daqueles que desejam vorazmente um cargo sem, muitas vezes, conhecer o cotidiano do trabalho e os detalhes que o cercam?

É fato que muita gente escolhe um cargo pensando exclusivamente no valor do contracheque. Outros priorizam aqueles concursos que lhes permitam ser lotados na sua cidade ou no seu estado natal, refutando qualquer coisa que possa levá-los para longe da família. Há também quem vise sobretudo o status e o destaque social proporcionado pela carreira. Diferentes sonhos, diferentes projetos de vida, diferentes cargos. Infelizmente, ou felizmente, não é possível escolher um cargo da mesma forma como escolhemos produtos na prateleira do supermercado: dessa vez, vou testar essa marca de shampoo, da próxima vez experimento aquela outra, e assim por diante até encontrar a marca ideal. A escolha da carreira certa exige autoconhecimento, reflexão e uma boa dose de vocação. Definitivamente, minha cara leitora, o cargo perfeito, assim como o homem perfeito, não existe. O que existe é aquele que se afina com você. No outro extremo, também não existem cargos imprestáveis. Mas o mesmo não se pode dizer dos homens...

Stephen Covey, autor de "Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes", propõe uma interessante divisão dos tipos de personalidade, baseada no que cada um considera ser o centro da sua vida. E a partir daí, elenca alguns estereótipos básicos: há os que são money-centered, family-centered, work-centered, pleasure-centered - em tradução livre, respectivamente, focados no dinheiro, na família, no trabalho, no prazer, entre outros inúmeros tipos. Assim, se o camarada é, num exemplo, money-centered, ele estaria, a princípio, facilmente disposto a residir em qualquer lugar do Brasil ou do mundo, desde que esteja sendo bem remunerado financeiramente. Por isso, quando alguém diz: "é um erro fazer concurso pensando só no salário", é preciso relativizar a interpretação, a depender da personalidade de quem venha ao caso. Se o sujeito é um pleasure-centered, focado no lazer e na diversão, mesmo um altíssimo salário não o fará feliz caso passe num concurso para trabalhar numa pequena cidade da região da Floresta Amazônica. Já o money-centered pode até não gostar, mas vai se adaptar muito mais facilmente, se o salário for realmente atraente.

Além desses, há ainda outros tipos de personalidade citados pelo autor. Um exemplo é o spouse-centered. Esse é aquele sujeito cuja vida gira em torno da esposa e da vontade dela. Em concursos, seria aquele cara que jamais arriscaria prestar exames para a Polícia Militar, simplesmente porque a mulher não quer que ele trabalhe na rua, assim como também nunca entraria num cargo que exigisse trabalho em plantão, porque a mulher jamais deixaria que ele passasse uma noite fora de casa. Há ainda os que são enemy-centered, ou seja, guiados pelo sentimento de vingança contra eventuais adversários ou supostos inimigos. Em concursos, seriam aqueles que só atingiriam o supra-sumo da realização pessoal depois de serem aprovados para um cargo do topo da hierarquia funcional, não pelo salário ou pela visibilidade social, mas pelo simples prazer de ver a cara dos seus perseguidores e desafetos ao saberem da notícia. Não raro, são ex-vítimas de bullying.

Na maior parte das vezes, infere o autor americano, o centro da vida de uma pessoa é uma combinação entre vários desses e/ou outros centros. É inevitável constatar também que, diante do dinamismo da vida, não é difícil alguém mudar o foco de um centro para outro, conforme as circunstâncias em que se encontra. No entanto, quando se trata de concursos públicos, existem poucas coisas tão arriscadas quanto uma postura instável, inconstante. Nada mais confuso do que alguém que hoje começa a estudar para a área jurídica, no mês que vem desiste e parte para a área fiscal, depois desiste de novo e tenta a área administrativa, logo depois retorna para a área jurídica, e assim vai levando a vida, indefinidamente, sem conseguir se concentrar em nenhum objetivo específico e sem saber, ao certo, em que direção está caminhando. No entanto, a rigor, não se pode dizer que esses indivíduos não tem um centro de vida, isso eles possuem: são os moon-centered, focados no mundo da lua.


Autor: Marchezan

0 comentários:

Postar um comentário

As portas do futuro estão abertas
Presente é o aqui e agora, acorde
Respire, medite, acredite em você
Ocupe
o seu tempo com o dever
Verá que vale a pena vencer a si mesmo
Aprimore os seus conhecimentos
Navegue nas fontes sabias do tempo
Descubra que sonhos são metas, alcance-as
Objetivos são passos, dê o primeiro

V
ença os seus medos
Observe com amor as suas qualidades
Conquistas são conseqüências de vitórias e derrotas
Então esteja preparado, juntos vamos vencer

Lincoln Lafitte

Seja nosso seguidor

Quantas horas você estuda por dia?

Dicionário de Português

LINK: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php

Sugestões

Fale conosco:

aprovandovc@yahoo.com.br

Acessos:

O AprovandoVc o ajudará a chegar até o seu objetivo...